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Ouvi falar de uma árvore invertida, que foi deixada com a copa pra baixo e as raízes pra cima, crescendo, enormes, até o céu, dizem que seu coração é sábio, abundante e generoso. Quando penso em regenerar, imagino um mundo repleto dessas árvores, mas pra que se nasça qualquer planta, como todo mundo sabe, é preciso cuidar da terra. Acredito que regenerar deve começar assim e a partir daí gerar um ciclo virtuoso.

Sim, para regenerar é necessário outro Modo de Produção, reconhecer outros valores, descentralizar e ressignificar riquezas, é preciso, como diz Nego Bispo, reeditar o mundo, eu acrescentaria que no pior dos casos é só criar de novo... gerar outra cultura, outras formas de conexão, inventar palavras repensar confortos e termos como evolução. Regenerar diz respeito a ouvir ancestrais, celebrar a diversidade e perceber a profunda sabedoria de povos e culturas tradicionais, diz respeito principalmente a se espelhar novamente com o planeta e outros entes mais que humanos, verdadeiramente nos entender como mais uma parte que integra esse ecossistema e que apenas interage com ele e não o possui.

Obviamente regenerar é um processo de cura...

Em uma de suas obras celebres, Ana Primavesi relaciona o Solo sadio e a planta sadia com o ser humano sadio, já Bil Mollison na Ética da Permacultura, escreve sobre a importância de cuidar da terra e cuidar das pessoas para uma cultura da permanência, ou seja, nada muito distante do que outras tantas lideranças tradicionais já sabiam e continuaram ecoando sobre a desconexão do ser humano com seu meio. Ailton Krenak, em Ideias para Adiar o Fim do Mundo, reflete sobre o momento em que nos alienamos da terra, liberamos a natureza para ser explorada a exaustão, o autor aponta que dessa forma tiramos o que há de vivo nessas entidades e as transformamos em mercadoria, entregando-os para especulação e destruição, justamente esses seres que nos dão suporte...

Nesse caso também me posiciono com os que chamam esses seres de parentes e não de recursos 

Não é contra os mercados, mas a doença é transformar TUDO em mercadoria, isso realmente cansa, as pessoas e o planeta, todos temos que comprar o tempo todo, demandamos muita energia, muitos combustíveis, muitos recursos hídricos, muita infra estrutura, muitos deslocamentos, muitas muitos, muitos, muitos... Mas em um planeta finito.

Bem... continuando nessa frequência, o que vem a seguir? Acho que precisamos deixar "a casa em ordem pra quem está chegando" já que todos estamos aqui de passagem comprada, com tudo que temos "emprestado", se possível, vai bem deixar melhor do que encontramos, isso pra mim seria regenerar...

O comércio é um atividade econômica muito aprimorada, a produção indústrial é sem dúvida uma atividade fundamental, assim como o dinheiro é uma ferramenta muito útil, não tem como dizer algo diferente disso, e para regenerar não é preciso negar nenhum desses fatos, talvez apenas entender outros fluxos, proporcionar mais acessos, dividir pra multiplicar...Serão ganhos coletivos, comunitários, communs, compartilhados, cooperados, co-criados, bem... há de se inventar muitas palavras ainda, mas negócios sempre prosperam melhor em tempos de paz, a não ser para quem vende armas, esses são virus de proliferar guerras, por isso acredito que faz parte de regenerar abdicar da violência como método de dominação, como indivíduo, como Estado e como Exceção. Gerar uma cultura de paz, mas assim, só indo na raiz...

Uhn... podemos pensar melhor sobre como regenerar pela raiz? 

Continuar para relato de experiência no plantio AgroFlorestal em Bias Fortes-MG em Março de 2024

| AGOTHA| Artivista
 Co-Criador da Coleção Ninhos das Redenção NFT

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